quarta-feira, 11 de maio de 2011

O MARCO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO IGUAÇUANA

A primeira instituição de ensino regular de Nova Iguaçu foi o Colégio Leopoldo, fundado em 1930 por Leopoldo Machado. Existe ainda hoje, como instituição privada.
No início da década de 60, foi fundado pelo prefeito Sebastião de Arruda Negreiros, o Colégio Monteiro Lobato e o Instituto de Educação Rangel Pestana.

Colégio Leopoldo
http://colegioleopoldo.org.br/nossamemoria.html

O Globo, edição datada de 06/02/1930, destacava: “PELA INSTRUCÇÃO EM NOVA IGUASSÚ.” A fundação do Gymnasio Leopoldo.
“Installou-se a primeiro do corrente, na vizinha cidade de Nova Iguassú, o Gymnasio Leopoldo, estabelecimento de educação e ensino subvencionado pela municipalidade. O Gymnasio está installado em amplo e confortável prédio da cidade,`à rua Marechal Floriano nº 260, com internato para meninos e externato para os dous sexos. De seu programa fazem parte o ensino secundário, com exames officiaes na própria sede, livre de commercio, primário, trabalhos domésticos, prendas femininas, musica,pintura e instrução militar para conceder caderneta de reservista aos educandos . Seu diretor é o professor Leopoldo Machado Barbosa e sua docência se compõe dos seguintes professores :Drs . Alberto Nunes Brigagão, Cledon Cavalcante, João Barbosa Ribeiro, José Pedro Cardoso, Henedina de Barros Caulino e Orlando José Fernandes, William Boardman, Marília de Almeida Barbosa e Leopoldina Machado Barbosa.”.

Colégio Municipal Monteiro Lobato
O Colégio Monteiro Lobato é a principal escola municipal de Nova Iguaçu, fundada no início dos anos de 1962 pelo então prefeito Sebastião de Arruda Negreiros. Localizado no centro da cidade, o Colégio Monteiro Lobato também é a sede da Vila Olímpica de Nova Iguaçu, inaugurada na década de 1990.
Desde 2006, através de um processo democrático por meio das eleições diretas para diretores, pioneiro na Baixada Fluminense, as Escolas municipais adotam um sistema de gestão democrática, interagindo com a comunidade escolar e em busca de uma educação de qualidade, sendo o compromisso de todos pela educação.

Instituto de Educação Rangel Pestana
O prédio do antigo Grupo Escolar Rangel Pestana, cuja construção foi iniciada em 1944, localizava-se ao centro de grande terreno, com extensa área vazia à sua frente. Sua visão a partir da rua foi cortada pela construção, em 1964, do Instituto de Educação de Nova Igauaçu. Além disto, um ginásio construído entre os dois edifícios esconde metade da fachada do Instituto.
Conforme a política vigente no Estado Novo, este edifício segue o estilo neocolonial, considerado então um estilo legitimamente nacional. Na verdade a decoração assemelha-se ao chamado estilo missiones ou mission stile amplamente difundido nas três Américas. O Instituto de Educação Rangel Pestana resultou da fusão dos dois estabelecimentos de ensino em 1972.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Igreja N.S.de Piedade em 1833

Uma das principais Igrejas da Vila de Iguassu foi à de Nossa Senhora da Piedade de Iguassu, teve sua origem nas terras do alferes José Dias de Araújo que a doou para sua construção em 1699, ficava localizada à margem direita do rio Iguassu.
http://pt.wikipedia.org/wiki/XXva_Igua%C3%A7u#Freguesia_de_Nossa_Senhora_da_Piedade_do_Igua.C3.A7u

Em 1736 foi construída aos pés da Serra de Marapicu, hoje Serra de Madureira, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Marapicu, nas terras do capitão Manuel Pereira Ramos, sendo ampliada em 1853.
Em 1753, foi terminada a construção da Capela Nossa Senhora de Guadalupe, segundo os historiadores sua construção começou em quatro de março de 1750, com uma procissão. Essa capela também foi construída nas terras do capitão Manuel Pereira Ramos, em Marapicu.
Em 1760 foi construída a Capela da Fazenda da Posse, fazenda essa que posteriormente no auge do cultivo da laranja foi uma das principais produtoras.
Em 1773, foi construída a Igreja Santo Antônio de Jacutinga, localizada entre o engenho de Maxambomba, hoje Nova Iguaçu e a fazenda do Brejo, hoje Belford Roxo, sendo transferida em 1862 para o Arraial de Maxambomba, porém a antiga construção tornou-se a Igreja de Santo Antonio da Prata, em referência ao rio da Prata que passava ao redor.
A Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Marapicu, tinha em anexo um cemitério, que para muitos historiadores foi construído juntamente com a igreja em 1736.
O governo em 1840 proibiu os sepultamentos dentro das Igrejas, haja vista, um surto de febre amarela que dizimou parte da população do Rio de Janeiro e da Vila de Iguassu. A Freguesia de Piedade do Iguassu, entre as localidades de Cava e Tinguá já tinha um cemitério exclusivo para escravos, no alto do morro que até hoje esta em atividade.
Em 1875, ao lado da Igreja de Nossa Senhora da Piedade de Iguassu foi construído o cemitério de Nossa Senhora do Rosário, destinado aos cristãos que posteriormente foi desativado e que hoje só restam suas ruínas.
Capítulo: O COMÉRCIO, A SOCIEDADE E A POLÍTICA

Cana, Café e Laranja
Quando a Vila de Iguassu foi fundada já se cultivava naquela região feijão, arroz, milho, mandioca, feijão, legumes, cana-de-açucar, além da extração de madeira para lenha, onde abastecia as fazendas locais e o mercado consumidor da capital.
Porém, dentre estes produtos cultivados, a produção não chegava a ser tão expressiva economicamente diante da cana-de-açúcar que apresentava certo destaque, apesar do seu cultivo exigir uma tecnologia que naquela época não se possuía, onde seus engenhos tinham maquinários obsoletos que por muitas vezes não permitia plenamente seu beneficiamento do produto, no entanto ainda era mais rentável do que os outros.
Sua expansão na Baixada da Guanabara, mais precisamente na Vila de Iguassu era limitada e apresentava certo travamento para o aumento da produção em larga escala, além da enorme quantidade de trabalhadores, ou seja, escravos, necessários para a plantação e o beneficiamento.
Dentre os engenhos da região, destacavam-se o Engenho da Cachoeira, localizado na Freguesia de Santo Antonio de Jacutinga, que pertencia ao capitão Manoel Correa Vasques, onde se produzia em média 60 caixas de açúcar e 30 pipas de aguardentes, neste engenho se tinha 80 escravos e o Engenho de Marapicú, Cabussú, Piranga e Matto, localizado na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Marapicu, pertencente ao Sr. Morgadio dos Ramos, produzindo em média 120 caixas de açúcar e até 60 pipas de aguardentes, com 200 escravos.
Com declínio da lavoura açucareira na região, o café em plena expansão comercial ganhou terreno na Vila de Iguassu, que por sua vez já apresentava um solo desgastado para o cultivo da cana-de-açúcar, que por sua vez o café necessitava de áreas altas para seu cultivo encontradas na região.
Sendo assim, o café passou a ser cultivado principalmente na localidade de Tinguá, Estrela e nas terras altas de Japeri, Adrianópolis e Jaceruba, no entanto o cultivo do café não chegou a ser em grande escala, mas deu de certa forma uma estabilidade econômica aquela região.
Com sua produção a Vila de Iguassu também teve um considerado acréscimo populacional, comercial e uma maior movimentação através das estradas e rios, onde a produção era escoada através da estrada do Comercio, da Estrela e da Policia, além do rio Iguassu sendo o principal rio com um porto chamado de Estrela que embarcava o produto para a Província.
Ao longo da primeira metade do século XIX, o café brasileiro, e por que não dizer, com a parcela do café iguaçuano sustentou as exportações do império e ocupou mais de 60% da produção mundial, a Vila mandava com destino a província do Rio de Janeiro cinco mil arrobas de café diariamente.
A fase áurea do café da Vila de Iguassu ocorreu nos anos de 1870 e entre os principais produtores destacamos os fazendeiros Marques de Itanhaem, Leocadio Pamplona Corte Real, Jose de Souza e Oliveira, e o padre Jose da Costa Valença.
Todavia, a lavoura do café na Vila de Iguassu, foi neutralizada principalmente com a abolição da escravatura e depois com pestes que dizimaram os escravos que eram mal alimentados e cansados do exaustivo trabalho braçal sem regras.
Com a decadência da cafeicultura no Rio de Janeiro, afetando diretamente a Vila de Iguassu, que em decorrência de fatores entre os quais a falta de mão-de-obra, fazia com os produtores não encontrava em curto prazo a substituição do trabalho escravo, tornou-se inviável economicamente permanecer no cultivo, além também do desgaste do solo por falta de planejamento no plantio.
Isto fez com que os fazendeiros substituíssem o café por laranja, fazendo com que mesma fosse o ultimo grande investimento agrícola da Vila de Iguassu, e consequentemente de Nova Iguaçu.
O clima, o relevo e solo da Vila de Iguassu eram propícios para o plantio da laranja, além dos principais consumidores que eram a capital (Rio de Janeiro) e o Estado de São Paulo, o advento da ferrovia possibilitava o transporte da produção em um prazo considerado para época ideal e o apoio do governo tanto para o cultivo como também para a exportação, foram fatores fundamentais para a implantação e desenvolvimento da citricultura na região.
Laranjal em 1920
http://www.estacoesferroviarias.com.br/efcb_rj_linha_centro/novaiguacu.htm

A laranja no Rio de Janeiro começou ser cultivada em São Gonçalo e posteriormente chegou à Nova Iguaçu, por volta de 1891, sendo cultivada inicialmente nos morros e encostas da Serra de Madureira. Com a valorização do produto, que era altamente lucrativo foi espalhado por grande parte da região, tendo grande produção na Fazenda da Posse, hoje atual bairro com o mesmo nome, isto fez também que o cultivo de outros produtos como o feijão, a mandioca, o milho dentre outros fossem abandonados na esfera comercial.
Seu auge aconteceu a partir de 1920 perdurando mais ou menos por duas décadas, onde a cidade ficou reconhecida internacionalmente pela produção e chegando ser chamada, na época, de Cidade Perfume.
O sucesso econômico advindo da laranja abrangia uma vasta escala profissional e comercial, gerando empregos e atraindo pessoas de todo o país na esperança de emprego e qualidade de vida.
O progresso engendrado pela laranja fez com que o poder público investisse na abertura, melhoria e construção de estradas para facilitar a vazão da produção bem como o acesso dos moradores à sede do município, no entanto, a estrada de ferro continuava sendo de suma importância para a economia local, pois era através dela que os comerciantes enviavam a produção e, finalmente, era através dos trilhos que a laranja era levada diretamente até o porto do Rio de Janeiro.

DA VILA DE IGUASSU A NOVA IGUAÇU

É uma breve análise de fontes secundárias sobre o Município de Nova Iguaçu, desde sua fundação em 1833, como Vila de Iguassu ao ano de 1933.
O rio Iguassu, no primeiro momento sendo o principal meio de escoação agrícola, a Estrada do Comércio e a Estrada de Ferro Dom Pedro II, como elos importantes da região com a capital do Rio de Janeiro.
As suas muitas transformações sociais, econômicas e políticas, levando a um lugar privilegiado na história do Estado, a importância da agricultura local, com a cana-de-açúcar, o café e a laranja, no eixo do progresso e da decadência.
As imponentes fazendas, igrejas e cemitérios, a diversidade da população livre e escrava, bem como a política vivenciada naquele período.